data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
A empresária Camila Grellmann diz que maioria dos clientes optou em adiar a data da viagem
Desde março, com o início da pandemia do coronavírus no Brasil, as agências de viagens foram um dos setores mais atingidos do mercado. Com o fechamento de fronteiras entre os países e as orientações para não frequentar praias a fim de evitar aglomerações, os pacotes de viagens foram adiados ou até mesmo cancelados.
Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), o balanço do primeiro semestre de 2020 estima que as operadoras de turismo deixaram de faturar cerca de R$ 4,5 bilhões por conta da Covid-19.
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Em Santa Maria, há um total de 34 empresas, divididas entre agências de viagem, agências de turismo e agenciamento de viagens, turismo e excursões.
- A procura está bem parada, as pessoas estão com medo de assumir o compromisso de uma viagem. Este ano, nosso prejuízo foi de 90% - conta Maria Leopoldina Keller, 68 anos, que está há 20 anos no mercado com a Eventur.
Para a proprietária da Fan! Agência de Viagens e Turismo, Camila Pascotini Grellmann, 33 anos, a maioria dos clientes decidiu adiar os passeios. Segundo ela, a minoria que optou pelo cancelamento eram cientes dos protocolos de reembolso.
Adaptar-se ao novo normal e oferecer segurança são o que os empresários estão apostando para o próximo ano. Conforme a gerente da CVC do Royal Plaza Shopping, Priscila Trindade, 32 anos, a procura de pacotes para as férias de 2021 se concentram aos destinos nacionais.
- Os locais mais procurados são as praias, como Porto Seguro e Maceió. Os preços não mudaram e temos resorts com valores até 40% mais baratos - conta a gerente.
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Conforme a empresária Andreia Brondani, 45 anos, com as viagens canceladas e as famílias em casa, devido ao distanciamento controlado, a Viaggio Tur criou a campanha: "Fique em casa que a Viaggio leva você para conhecer o mundo".
- Para manter o vínculo com nossos clientes, nós começamos fazendo lives para mostrar os destinos, entrevistas com guias para falar das peculiaridades de cada local e da experiência dos passageiros - conta Andreia.
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FERIADOS
De acordo com a gerente da Vip Turismo, Elaine Duarte, 54 anos, a expectativa é que as vendas comecem a aumentar para os feriados do ano que vem. Ela explica que os remarcação de pacotes também se concentra nesse período:
- As procuras estão sendo realizadas para os feriados da Páscoa e do aniversário da cidade. Dentre os destinos internacionais, Montevidéu, Buenos Aires e Chile são os que despertam mais curiosidade das famílias - informa Elaine.
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Expectativa e ansiedade descrevem a rotina da aposentada Carmen Schmitt, 62 anos. Ela e mais cinco amigos estavam com viagem marcada, no mês de junho deste ano, para Portugal. Conforme a aposentada, a viagem à Europa precisou ser adiada, mas o que a preocupa é a demora do reagendamento das passagens aéreas.
- As companhias aéreas explicam que a demora é consequência do grande número de voos que precisou ser remarcado. A gente espera que no próximo ano, possamos realizar nossa viagem, ainda tendo todos os cuidados possíveis, pois nossa expectativa é muito grande - conta Carmen.
Segundo a Associação de Hotéis Restaurantes e Agências de Viagens (Ahturr) de Santa Maria, acredita-se que a demanda para 2021 se dará por meio do turismo regional e que a palavra principal para incentivar o setor será a segurança.
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CANCELAMENTOS E REEMBOLSOS
Em razão do estado de calamidade pública, duas leis federais - nº 14.046 e nº 14.034 - regem os protocolos
de adiamento e o cancelamento de serviços. Veja alguns dos assuntos abordados na legislação:
- Cancelamentos entre 19 de março e 31 de dezembro - As companhias são obrigadas a fazer o reembolso. O prazo de devolução é de 12 meses, contados da data da viagem que não ocorreu
- Desistência - As companhias também deverão fazer o reembolso, porém podem cobrar encargos previstos no contrato
- Troca - A companhia pode oferecer ao cliente a troca do valor do voo por créditos em outros produtos da empresa
- Na hipótese de adiamento ou de cancelamento de reservas o prestador de serviços não será obrigado a reembolsar os valores pagos pelo consumidor, desde que assegurem remarcação dos serviços ou a disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de outros serviços
- Sobre a disponibilização de crédito, o consumidor pode utilizá-lo no prazo de 12 meses, contado da data de encerramento da calamidade pública, marcado para 31 de dezembro